Foto tirada da Internet
Caracas, a cidade
venezuelana mais bem abastecida no país, regista atualmente uma escassez de
mais de 80% dos produtos básicos, segundo dados da empresa de análise de dados
Datanálisis divulgados na sexta-feira.
"Há um nível de escassez em Caracas, que no ano de 2016 é
em media de 82,8%", disse o presidente da Datanálisis, durante uma
conferência de imprensa, na cidade capital da Venezuela.
Vincando
que "Caracas é a cidade mais bem abastecida do país" José Vicente
León, que também é economista, explicou que a falta de abastecimento de
produtos básicos continua acentuar-se nas mercearias e supermercados.
Esta
situação, explicou, consolida o mercado negro como opção para atenuar as
faltas, com 67% dos compradores caraquenhos a admitirem que acudiu à
informalidade para conseguir coisas do cabaz básico.
Os
dados fazem parte de um estudo realizado entre 6 e 16 de abril de 2016 que
abrangeu 800 pessoas de diferentes níveis económicos, em oito cidades
venezuelanos, e com uma margem de erro de 3,46%.
Segundo
a Datanálisis, a nível doméstico, a escassez de produtos tem sido menor que nos
comércios, mas essa situação tende a mudar, na sequência da crise económica
venezuelana.
"Nos
últimos meses temos visto um processo de deterioro exponencial de uma maneira
realmente impressionante", disse.
Segundo
o economista de momento é impossível calcular a inflação real na Venezuela, que
é estimada pelos dados divulgados pelo Banco Central da Venezuela, com base nos
preços oficiais dos estabelecimentos comerciais, mas a maioria dos venezuelanos
faz compras a revendedores.
"Para
uma pessoa comum, que não está no `bachaqueo` (revenda ilegal de produtos), ir
ao supermercado é não conseguir um produto", disse vincando que "no
mercado negro o preço tem aumentado drasticamente".
No
entanto, a Datanálisis prevê que a Venezuela terminará 2016 com uma inflação de
450% e uma redução de 40% no poder aquisitivo dos consumidores.
Os
dados dão conta de que 86% da população responsabiliza o Presidente Nicolás
Maduro e a sua equipa pela falta de abastecimento de produtos, enquanto que
71,8% não acredita que exista uma guerra económica no país, centrada em atacar
a revolução bolivariana.
Fonte: RTP Notícias
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